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Greicy pergunta:
Sylvia, seu blog está me ajudando demais e logo irei iniciar a dieta natural aqui com os meus meninos. A única coisa que ainda tenho dúvida seria sobre os ossos de frango. Li num site  que tais ossos viram lascas e que podem perfurar o sistema gastro-intestinal dos cães. Aliás, isto é o que eu escuto desde pequena. Lendo o seu blog, acabei entendendo que o problema seria se os ossos forem cozidos. Entendi certo?

Cachorro Verde responde:
Oi Greicy,

Desde que o mundo é mundo, os veterinários nos orientam a evitar dar ossos, principalmente os de galinha, aos cães. Mas é preciso esclarecer alguns pontos. Na maioria esmagadora dos casos, os cães podem sofrer perfuração gastrointestinal ao engolirem aquele osso de coxa de galinha cozido que sobrou do almoço do dono. É o osso cozido, frito ou assado que não pode em hipótese alguma ser oferecido ao animal. O calor muda a composição do osso, tornando-o mais rígido e perigoso.

Já ossos crus são bastante seguros. Se não fossem, a dieta dos carnívoros selvagens, à base de carnes e ossos, os levaria à morte e à extinção. Desde que dados crus, ossos são material biológico e sofrem digestão como qualquer outro alimento de origem animal. Mas isso não quer dizer que a prática seja isenta de riscos. Na verdade, se a gente parar para pensar, nenhuma modalidade de nutrição é 100% segura.

Algumas atitudes podem minimizar os riscos. É importante observar o cão enquanto ele come meaty bones (ossos contendo carne, como asas de frango, pescoço, etc). Se acontecer de ele se atrapalhar com um osso, você estará lá para remediar a situação. Existem ossos mais seguros que outros. É recomendável começar oferecendo peças com ossos molinhos e pequenos, como pescoços de frango, ótimos para cães iniciantes. Pés de galinha, por serem mais duros e apresentarem ossos compridos, não são indicados para animais sem experiência. Para ajudar ainda mais seu cão afaobado, você pode quebrar os ossos com auxílio de um martelo, ou pedir para o açougueiro moer os pescoços e as asas e dorsos de frango. Aqui trituramos meaty bones para os gatos usando um liquidificador comum ou mixer. Deste modo obtemos um “patê” de meaty bones muito seguro e palatável.

Em último caso, se o receio for muito grande, esqueça os ossos e ofereça a dieta natural com suplementação de cálcio por meio de cápsulas (mais informações com seu veterinário) ou pó de casca de ovos. (Para obter pó de casca de ovo, deixe algumas cascas de ovo por 10 minutos no forninho elétrico ou forno convencional a fim de desidratá-las e esterilizá-las. E em seguida, bata-as no moedor de café, de pimenta ou no liquidificador até obter um pó fininho . Use em média 1/2 colher de chá desse pó para cada 250 gramas de carne sem ossos. Se possível, pingue umas gotinhas de  limão sobre o pó de casca de ovo e sobre a carne para otimizar a absorção do cálcio).

Se optar por não oferecer meaty bones, converse com seu veterinário para que a dieta seja ajustada para uma formulação adequada. Ou aguarde nossas sugestões de cardápios de dieta natural sem ossos. E não deixe de oferecer ossos grandes (“joelho” de boi, etc) uma vez por semana para que os cães roam e limpem os dentes e as gengivas.

E lembre-se: são milhares de pessoas no mundo oferecendo ossos crus para cães e gatos de todas as idades e portes, com sucesso. A regra é dar certo!

Obs: mais informações sobre meaty bones e ossos recreacionais nesse nosso artigo.