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Meu cão é adepto da Alimentação Natural e está apresentando fezes firmes, mas tenho percebido que frequentemente suas fezes estão envoltas em uma meleca transparente (ou esbranquiçada, ou esverdeada). Ele não apresenta nenhum outro sintoma, brinca, corre e come normalmente. O que está acontecendo?

Essa meleca que você tem observado nas fezes é muco. Seu cão está apresentando fezes mucóides por alguma alteração lá no intestino grosso. Se isso acontece somente de vez em quando e o animal parece estar bem, não é motivo para preocupação. Mas a presença constante de muco no cocô não é anormal e merece ser investigada junto ao médico-veterinário de sua confiança. Pode ter a ver com:

A introdução da Alimentação Natural (ou de qualquer nova dieta)

Nesse caso não consideramos que a presença de muco nas fezes seja anormal. A microbiota (ou microflora – as bactérias que residem no intestino) estão se acostumando aos novos nutrientes, novas texturas e ao novo pH da Alimentação Natural. Para evitar ou minimizar esse sintoma, proceda adequadamente com a adaptação: realize uma conversão gradativa e adote uma versão básica da dieta durante as primeiras semanas. Não deixe de ler nosso artigo que ensina a realizar uma conversão segura para a Alimentação Natural.

Verminose

A giárdia é um protozoário presente no intestino da maioria dos cães – senão de todos. Por queda na imunidade ou mudança brusca na dieta, ela pode se proliferar e causar esse excesso de muco ou eliminação de gordura nas fezes. Solicite exames de fezes (chamados coproparasitológicos), de preferência com amostras de 3 dias consecutivos junto ao médico-veterinário para averiguar se há verminose ou institua a vermifugação para giardíase ou de amplo espectro.

Microbiota intestinal alterada

Alguns animais que há bastante tempo recebem a dieta, mas que nunca apresentaram fezes mucóides, podem de repente exibir esse sintoma. A microbiota intestinal pode ter se desequilibrado por fatores como estresse, vacinação recente ou queda da imunidade. Para restaurar e manter a saúde das boas populações intestinais, ofereça probióticos diariamente, como Yakult, kefir, iogurte (natural, integral) ou probióticos comerciais (instruções na bula ou rótulo); e também prebióticos, como levedura de cerveja em pó (usar ½ colher de café em cada refeição de cão mini, 1 colher de café em cada refeição de cão pequeno, ½ colher de chá em cada refeição de cão médio, 1 colher de chá em cada refeição de cão grande).

Intolerância a gordura de frango

Alguns cães podem apresentar intolerância intestinal a pele de frango, por exemplo. Experimente retirar a pele dos meaty bones de frango e veja se isso resolve. Não resolveu? Como os ossos também contêm gordura, ofereça apenas peito de frango (sem ossos e sem pele) e mais os demais alimentos por uma ou duas semanas e veja como ficam as fezes.

Intolerância aos microorganismos da dieta crua

Eu nunca havia ouvido falar disso, mas um conhecido nosso relata que sua Golden Retriever parou de produzir fezes mucóides quando ele passou a oferecer dieta cozida. Se tiver interesse em preparar uma alimentação cozida para seu pet, confira nosso guia sobre dietas cozidas para cães e gatos. Obs: jamais cozinhe os meaty bones – ossos cozidos se tornam perigosos para a ingestão e podem provocar graves perfurações e obstruções gastrointestinais.

Intolerância a algum alimento da dieta

Se passado o período de adaptação à nova dieta, cerca de 2 a 3 semanas, o cão ainda estiver apresentando fezes mucóides, e você seguiu todas as dicas que demos acima, será preciso investigar a possibilidade de um quadro de intolerância alimentar. A intolerância alimentar se caracteriza por provocar vômitos e/ou diarréia e/ou fezes mucóides nos cães e gatos, causados pela ingestão de determinado alimento que não é bem tolerado pelo organismo. Há cães que apresentam intolerância alimentar a frango, a glúten, a grãos, a laticínios, etc. Mas ao contrário do que muita gente acha , a “culpa” não é do alimento. O quadro de intolerância ocorre por uma sensibilidade individual do pet.

Para confirmar a intolerância alimentar será preciso introduzir por pelo menos 4 a 6 semanas uma dieta exclusiva chamada de “dieta de eliminação”. Essa alimentação deve ser composta por uma fonte de proteína diferente, que o cão ou gato nunca tenha comido. Um exemplo seria uma dieta composta por: 40-50% carne inédita sem ossos (peixe, coelho, ovelha), 50-60% carboidrato (por exemplo: arroz branco ou integral cozido). Nenhum outro alimento deve ser fornecido enquanto durar o teste. Se durante esse período o cão não apresentar fezes mucóides, fica constatado que algum alimento fornecido anteriormente foi o responsável por provocar intolerância e fezes com muco.

Para identificar o alimento em questão, você deve então introduzir, um a um, cada alimento dado anteriormente, com uma semana de intervalo entre a reintrodução de cada novo alimento, até o pet voltar a eliminar fezes com muco. Descobriu o alimento que provoca intolerância alimentar? Será preciso formular uma dieta balanceada que não contenha esse ingrediente. Para isso entre em contato com um veterinário especializado em Nutrição ou que tenha experiência com dietas caseiras para cães e gatos.

Outras causas

Se as orientações gerais acima não ajudaram seu pet, será preciso fazer uso de outros métodos diagnósticos (colonoscopia, radiografia, culturas, etc) para descartar afecções como síndrome do cólon irritável, supercrescimento bacteriano intestinal, doença intestinal inflamatória, imaturidade intestinal, e outras.

Solucionando outros problemas:

Bom apetite e uma lambida do Cachorro Verde!