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Ao longo de milhões de anos cães e gatos sofreram adaptações evolutivas para sobreviver consumindo presas. A oferta de dietas industrialmente processadas, monótonas (de fórmula fixa), secas e à base de grãos (milho, soja, trigo) passa totalmente por cima desse aperfeiçoamento. É bem verdade que oferecer ração seca facilita muito a nossa vida, mas está bem distante da dieta ancestral canina e felina: naturalmente úmida, variada e pobre em carboidratos, predominantemente carnívora.

Acredito que, pelo menos em parte, o preço a pagar pela praticidade da ração seca é a epidemia de doenças crônicas – renais, hepáticas, alergias, diabetes, tumores – que estamos vendo em animais de estimação cada vez mais jovens. Já é comprovado cientificamente em humanos que o consumo massivo de alimentos industrializados aumenta consideravelmente o risco de doenças degenerativas. Além disso, é estranho para o organismo consumir somente os mesmos poucos ingredientes, diariamente, como acontece com a ração fornecida em caráter de exclusividade, por anos a fio. Na natureza, predadores consomem uma ampla variedade de espécies de presas, além de ovos, gramíneas, tubérculos e frutas.

Outro forte motivo para repensar a oferta de ração seca é sua falta de umidade. Água é de longe o principal nutriente para o corpo, embora não estejamos habituados a pensar em água como combustível. Nosssos pets evoluíram para extrair de suas presas boa parte da água necessária à sua manutenção. Enquanto as rações secas contêm cerca de 10% de umidade, uma dieta caseira apresenta 70%. Estudos recentes demonstram que alimentos úmidos são melhor digeridos, mesmo que o animal beba bastante água depois de comer ração. Anti-fisiológico, o consumo prolongado de dieta seca pode promover estresse metabólico, prejudicando o sistema urinário inferior e desgastando os rins – principalmente em relação aos gatos, que descendem de felinos de deserto.

Consulte a composição de uma ração seca, na embalagem do produto, e você possivelmente encontrará ao menos alguns dos suspeitos itens abaixo:

• Alimentos transgênicos (potencialmente prejudiciais à saúde e ao meio ambiente).

• Fórmula fixa de alimentos de qualidade questionável, como glúten de milho e farinha de subprodutos de carne (ao invés da carne fresca que convenientemente ilustra os anúncios e as embalagens).

• Alimentos pouco adequados a carnívoros, como uma abundância de derivados de milho, trigo e soja – comida de ruminantes – considerados  alergênicos para alguns pets, além de às vezes estarem contaminados por toxinas fúngicas perigosas. Quando submetidos ao violento processamento industrial por calor e pressão empregado por muitos fabricantes, carnes e grãos formam compostos cancerígenos, como aminas hetericíclicas e acrilamidas.

• Linhas e mais linhas de vitaminas, aminoácidos e minerais sintéticos e isolados, acrescidos à parte, uma vez que o processamento industrial e o longo prazo de validade das rações acarreta grande perda de nutrientes naturais.

• Aditivos sintéticos como corantes, conservantes (BHT, BHA, etoxiquina, “antioxidantes”, “estabilizantes”, flavorizantes e outros, que podem ou não estar discriminados), muitos dos quais suspeitos de causar câncer, alergias e de interferir na função endócrina e/ou comportamental.

Apesar do que prega a (altamente suspeita) campanha anti-dietas caseiras, lá no fundo você sabe: “nós somos o que comemos” – e com seu pet não é diferente. Se nossos nutricionistas nos alertam a maneirar em alimentícios prontos e nos educam a preferir comida fresca, variada e preparada em casa, por que consideramos saudável agir de forma diametralmente oposta em relação aos nossos cães e gatos?

Voltemos à composição de uma ração seca convencional. Saiba que você está contando com os ingredientes dela – com farinhas de subprodutos, com derivados de grãos etc – para nutrir e manter saudável o seu pet; e não com carnes variadas, fígado, ovos frescos, legumes, frutas etc. Sinceramente, o lhe que parece mais nutricionalmente sensato?

Por fim, leia os depoimentos deixados no site por adeptos da dieta natural para cães e gatos e veja quantos relatos existem de experiências simplesmente incríveis com dieta caseira. Veja também nossa seção de fotos de pets adeptos. Note que a maioria dessas pessoas oferecia as ditas melhores rações secas do nosso mercado.

Rebeca, buldogue inglesa adepta da AN caseira crua! Créditos: Danniel.