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Carnes e vísceras de frango e de boi são figurinhas carimbadas na Alimentação Natural (AN) de cães e gatos. Já a carne de porco muita gente ainda não oferece porque julga ser uma carne suja, perigosa, gorda, difícil de digerir e pobre em nutrientes – reflexos de um passado em que porcos eram engordados com dejetos e criados sem higiene e cuidados como vacinação e vermifugação.

Felizmente, faz bastante tempo que a carne suína no Brasil tornou-se uma opção nutritiva, segura e acessível de proteína de origem animal. Até pouco tempo, aliás, era uma das carnes mais consumidas do planeta; hoje impera a carne das aves.

Contudo, mesmo tendo se convertido em uma opção perfeitamente válida de carne, aqui no Brasil o seu consumo ainda é limitado por verdades caducas e mitos. E é disso que trata essa postagem. Não é possível que uma carne fácil de encontrar, financeiramente mais acessível que a bovina e que nos oferece tantos cortes de carnes, vísceras secretoras (fígado, rim, baço, cérebro), vísceras musculares (pulmão, coração, língua) e ossos recreativos (suã, costela, pé, joelho) fique de fora da AN do seu cão ou gato.

Acompanhe comigo o conteúdo abaixo e vamos desmistificar a carne suína!

Gordurosa?

Muita gente acha que a carne suína é gordurosa e difícil de digerir. Antigamente, quando o objetivo da criação eram porcos obesos, isso podia ser verdade. Mas atualmente cortes como filé mignon suíno e lombo suíno têm teor baixo a moderado de gordura. Já pernil, língua e costela são gordos.

Pouco nutritiva?

Também existe o mito de que a carne de porco é nutricionalmente inferior a carne bovina e de frango. Cada espécie animal tem concentrações variáveis dos nutrientes nos seus tecidos. Por isso recomendo rotacionar entre carnes de espécies animais diferentes. Dito isso, a carne suína é ótima fonte de aminoácidos essenciais, ácido graxo linoléico, vitaminas do complexo B e selênio.

Parasitos?

Parasitos porventura presentes na carne suína, como a Trichinella spiralis, a tênia (Taenia solium) e o Toxoplasma gondii, não são uma preocupação na AN cozida, já que a cocção destrói cistos e ovos. Seu pet é adepto de dietas cruas? Para inativar a triquinela recomenda-se congelar carnes e vísceras cruas de porco por 20 dias em freezer antes de servir. Para inativar a toxoplasma bastariam 2 dias no freezer e para a tênia, 3-5 dias.

Segurança

Compre carne e vísceras suínas em locais de boa procedência. Não compre de criações descompromissadas com a vacinação, vermifugação, higiene e acompanhamento veterinário dos animais. Realize o congelamento profilático das carnes cruas ou peça para seu fornecedor fazer por você. Ou, ainda, cozinhe carnes e vísceras suínas. Posto isso, em 15 anos de experiência com AN crua não presenciei casos de transmissão de parasitos a pets por consumo de carne suína crua.

Outras considerações

Evite carne de porco se seu pet parece ter intolerância (vomita, tem fezes amolecidas, excesso de gases) ou hipersensibilidade (apresenta coceira, vermelhidão na pele) a esse alimento. Prefira cortes suínos mais magros se seu cão ou gato tem histórico de pancreatite ou alteração hepática. Finalmente, pessoas praticantes de certas religiões não consomem carne suína e é natural que estendam essa restrição aos seus pets.

Dê uma chance!

Os mitos que circundam a carne suína são verdades defasadas ou inverdades mesmo. Ela é fácil de encontrar, cães e gatos costumam apreciá-la, é nutritiva, tem preço mais baixo que a carne bovina e oferece uma ampla gama de opções, dentre carnes, vísceras musculares, vísceras secretoras e ossos recreativos.

Já ofereceu carne suína ao seu pet?

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Sylvia Angélico
Médica Veterinária
pós-graduada em Nutrição Animal
CRMV-SP 29945

Comunicado Cachorro Verde

As informações divulgadas em nossas postagens possuem caráter exclusivamente educativo e não substituem as recomendações do médico-veterinário do seu cão ou gato. Por questões ético-profissionais, a Dra. Sylvia Angélico não pode responder certas dúvidas específicas sobre questões médicas do seu animal ou fazer recomendações para seu pet fora do âmbito de uma consulta personalizada. Protocolos de tratamento devem sempre ser elaborados e acompanhados pelo médico-veterinário de sua confiança.

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